Você é um vendedor e tem medo de cair em um golpe no Mercado Livre ou em outros marketplaces? Então confira quais são as principais táticas dos fraudadores e se proteja! Mas fique tranquilo e saiba que o Mercado Livre é o maior e-commerce e marketplace da América Latina e, portanto, é uma plataforma muito segura.
O e-commerce é uma das formas mais práticas e baratas tanto de começar um negócio no varejo quanto de mantê-lo em funcionamento e em constante evolução. Vender pela internet, a partir de um marketplace, é ainda mais vantajoso, especialmente para os pequenos negócios.
Isso acontece porque, nesses casos, o varejista já conta com a estrutura, a reputação e o marketing do canal de vendas. A atuação em um marketplace como o Mercado Livre é uma parceria entre a plataforma, que oferece acesso a milhões de consumidores, e os sellers, que trazem seus produtos para que os clientes comprem.
Mas não existem apenas vantagens em atuar nos marketplaces. Embora os sellers se beneficiem da visibilidade e alcance das plataformas para alavancar as vendas dentro do comércio eletrônico, também podem ser alvo de quem age de má-fé e planeja aplicar algum tipo de golpe financeiro envolvendo o nome da plataforma.
As tentativas de fraude geralmente são externas, não acontecendo necessariamente dentro do site. Por isso, é preciso que os vendedores fiquem atentos a comunicados não oficiais e denunciem qualquer atividade suspeita para a Central de Atendimento do marketplace com o qual você estiver trabalhando.
Se você usa ou pretende usar o Mercado Livre para impulsionar o seu negócio — e, obviamente, não quer perder dinheiro caindo em alguma armadilha — confira a seguir o que fazer para evitar esse transtorno.
As tentativas de fraudes no e-commerce brasileiro atingiram R$ 3,5 bilhões em 2023, com um ticket médio de R$ 925,44, de acordo com o estudo Mapa da Fraude 2023. Em média, as tentativas de fraude tiveram o dobro do valor dos pedidos legítimos, o que mostra o quanto esse problema pode impactar as empresas.
Normalmente, os fraudadores têm como foco produtos com valor agregado alto e que possam ser facilmente revendidos em mercados ilegais. Um bom exemplo é o smartphone, o produto que mais sofreu tentativas de fraude no e-commerce em 2023. Outras categorias visadas são:
Também é interessante notar que as investidas dos fraudadores aumentam próximo das principais datas comerciais, como Black Friday, Dia dos Pais e Dia das Mães. Outra época muito procurada pelos criminosos é o mês de janeiro, por conta dos saldões de fim de ano.
Fraudes acontecem em qualquer meio de pagamento, mas cartões de crédito, boletos e vales-presente são os mais procurados pelos criminosos. Isso mostra que é preciso utilizar estratégias de prevenção amplas, que abordem diferentes meios, situações e até mesmo geografias: em certas regiões do país, um tipo de fraude pode se destacar, o que exige um olhar ainda mais cuidadoso sobre o assunto.
Cuidado, atenção e precaução são medidas fundamentais para não cair em armadilhas envolvendo o nome de marketplaces conhecidos. Por isso, para mantê-lo informado sobre o assunto, listamos quatro dos principais golpes envolvendo o Mercado Livre e outros principais marketplaces do mercado.
Fique atento, especialmente, a estes tipos de golpe:
O golpe do e-mail falso é um dos mais comuns entre as armadilhas aplicadas dentro dos marketplaces. Seja no Mercado Livre ou em outros canais, esse tipo de fraude tem como alvo os vendedores que trabalham com produtos com ticket médio alto e com saída rápida no mercado — como eletrônicos e celulares.
Esse golpe funciona da seguinte maneira: o seller anuncia um produto e encontra um suposto interessado que entra em contato e diz que realizará a compra. Seja numa conversa ou nas informações na conta do vendedor, o golpista consegue o e-mail de quem está ofertando a mercadoria.
Com esse dado em mãos, diz ao varejista que já realizou o pagamento e encaminha um e-mail, como se fosse o marketplace, confirmando o depósito. O vendedor recebe por e-mail uma mensagem, supostamente do Mercado Livre, com todas as características da plataforma (layout, fonte, cores), informando que a venda foi efetuada e o pagamento, confirmado. O problema é que a mensagem é falsa!
Em seguida, o golpista passa a pressionar o varejista para encaminhar a mercadoria — reforçando que efetuou o pagamento e está com pressa, precisando do produto com urgência. Ele pode ser insistente e persuasivo. Às vezes, consta no próprio e-mail falso que a mercadoria precisa ser enviada no mesmo dia para o endereço informado.
Sem desconfiar que a mensagem que recebeu por e-mail não é autêntica, o vendedor cai no golpe e envia a mercadoria para o endereço do fraudador, que nunca fez essa compra.
Usando a mesma prática do e-mail falso, de venda efetuada e comprovação de pagamento, essa é outra forma usada pelo fraudador para convencer o varejista a enviar mercadoria sem ter realizado a compra do produto.
Nesse caso, o e-mail informa que, por conta de problemas na plataforma de envio do marketplace, a mercadoria deve ser encaminhada por um carro de aplicativo de transporte, alegando a existência de uma parceria entre as empresas. Os dados do falso motorista de aplicativo e do carro são passados ao vendedor que, inocentemente, cai na armadilha e entrega o produto ao fraudador.
Em primeiro lugar, esteja ciente de que qualquer parceria entre o Mercado Livre (ou outros marketplaces) e aplicativos de transporte seria amplamente divulgada nos canais oficiais de informação das empresas envolvidas. Por isso, confirme no site e nas redes sociais do marketplace e do aplicativo: se a informação não estiver facilmente disponível ali, trata-se de um golpe.
Além disso, para evitar qualquer tipo de problema na entrega, sempre opte por fazer o envio dos produtos vendidos utilizando os meios oficiais de distribuição de mercadoria — como é o caso dos Correios. Essa medida permite que você rastreie a encomenda e saiba se a entrega foi feita, evitando que um comprador mal-intencionado alegue não ter recebido a compra.
Resumindo: nunca, jamais, encaminhe um produto por meio de um suposto veículo de aplicativo de transporte.
O golpe da ligação falsa de um agente do Mercado Livre é mais uma forma conhecida de fraude. Essas chamadas de alguém que se passa por um atendente do marketplace tem a intenção de roubar os dados do varejista para acessar sua conta nas plataformas digitais.
O golpe costuma ser aplicado por um comprador mal-intencionado, que abre uma reclamação no canal de vendas a respeito da compra feita. O fraudador também entra em contato com o próprio vendedor avisando da objeção — o que ele quer é desestabilizar emocionalmente o seller do e-commerce.
Em seguida, o varejista recebe uma ligação que, supostamente, é de um atendente do Mercado Livre, falando a respeito do problema com o cliente e que é preciso resolvê-lo urgentemente. Então, os criminosos conduzem os vendedores a fazerem o que eles querem.
Uma das variações desse golpe é o envio, pelos fraudadores, de uma mensagem SMS ou um e-mail para o varejista, passando-se pelo atendente do marketplace. Então, pedem que o seller acesse o link da mensagem (que pode ser um vírus) ou entre com o login e senha do Mercado Livre. Eles podem, ainda, solicitar que o login e a senha sejam ditados por telefone.
Em todos esses casos, a intenção é levar o seller a realizar ações que facilitem o roubo de dados e a invasão de uma conta no e-commerce.
Nem sempre todo esse percurso é realizado. Ligações falsas podem acontecer por qualquer justificativa: problemas no sistema do canal de vendas; problemas na conta do vendedor; ou algum tipo de verificação de dados, entre outros argumentos.
Essa é uma história clássica. Você certamente já ouviu que alguém recebeu, em vez de uma mercadoria, algum item como pedra, tijolo ou cimento, com um peso parecido com o do produto.
Esse golpe tem como base as políticas de devolução do e-commerce e as leis que garantem ao consumidor o direito de desistência da compra por arrependimento ou por defeitos no produto. Sua estrutura é bem simples: o fraudador recebe o produto e usa a política de devolução para “devolver” o pedido. O marketplace gera uma etiqueta para retorno, mas o vendedor recebe de volta uma pedra com o peso aproximado do produto.
As políticas de segurança e privacidade do Mercado Livre e de outros marketplaces importantes no Brasil são atualizadas com frequência. As plataformas focam na otimização dos sistemas para prevenir e detectar fraudes. Assim, seguir as políticas à risca já ajuda a aumentar sua proteção na hora de vender pela plataforma.
De forma geral, os principais mecanismos de proteção são os seguintes:
Golpistas costumam usar técnicas de engenharia social, como mensagens bastante persuasivas, para induzir as vítimas a fazer negócios fora da plataforma. Utilizar meios como WhatsApp, e-mail ou Facebook para dialogar com os consumidores expõe a empresa a fraudes. Por isso, sempre utilize as ferramentas disponíveis na própria plataforma, como formulários de mensagens e chats.
Quando um comprador se interessa por um produto, o marketplace costuma abrir a possibilidade de chat entre as duas partes. Esse espaço não deve ser usado para transmitir informações pessoais ou de pagamento, e sim para tirar dúvidas sobre produtos. Isso vale tanto para compradores quanto para vendedores.
Ainda que exista a opção de selecionar o meio mais conveniente de entrega, o Mercado Livre recomenda que a logística seja por meio do Mercado Envios. Caso a negociação seja direta, peça a assinatura de um recibo de entrega. Sempre que houver alguma suspeita de irregularidade, denuncie.
Ao receber um e-mail do marketplace, verifique se o domínio é o mesmo do site, como @mercadolivre.com.br. A empresa nunca envia mensagens utilizando outros domínios, como @gmail, @hotmail ou @yahoo. Certifique-se também de que o e-mail é o do site oficial (mercadolivre.com), sem erros de digitação ou letras trocadas.
Também verifique os endereços de origem dos e-mails e de destino de qualquer link contido na mensagem. Esteja sempre alerta às URLs de destino, especialmente na hora de acessar cupons e seguir orientações. Uma dica é passar o mouse por cima do link antes de clicá-lo, assim é possível verificar se o endereço é legítimo sem correr o risco de acessar um site malicioso. Se estiver no celular, copie o link e cole no bloco de notas para verificar antes de acessá-lo.
Muitas vezes, e-mails falsos afirmam que o marketplace está com problemas na plataforma para fazer o varejista acreditar que uma venda foi efetuada, mas ainda não foi notificada oficialmente. Desconfie: é muito provável que essa venda não exista e uma fraude esteja em curso.
Da mesma forma, não preencha formulários online com dados pessoais antes de checar na plataforma a autenticidade desse requerimento. Se for necessário, entre em contato com o SAC do Mercado Livre para obter informações adicionais.
Tenha sempre guardados (e mantenha sempre organizados) os comprovantes de vendas e demais documentos que dizem respeito às transações feitas na plataforma. Esse cuidado é importante para garantir que uma transação realmente foi efetuada e acompanhar o andamento de qualquer dúvida.
Nunca compartilhe seu login e senha do Mercado Livre. Você não sabe o que acontecerá com essa informação no futuro. Também não salve a senha da conta do marketplace em seu computador — se alguém hackear sua máquina e tiver acesso ao seu e-mail, poderá encontrar esse dado e invadir sua conta.
De acordo com o Código Penal brasileiro, uma das tipificações em que se pode encaixar esses golpes envolvendo o nome do Mercado Livre é o crime de estelionato. Segundo o Art. 171 da Lei N° 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o delito se trata de “obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”.
Portanto, em caso de golpe no Mercado Livre ou em qualquer outro marketplace, é importante notificar o canal de vendas a respeito do ocorrido e registrar um Boletim de Ocorrência (acesse o site da Polícia Civil do seu estado e selecione o crime de estelionato).
Para sustentar a denúncia, o varejista precisa reunir o máximo possível de informações a respeito do golpe e tem que conseguir comprová-lo. Podem ser usados os conteúdos dos e-mails e de conversas em redes sociais (se houver), além de fotos e dados disponíveis sobre o fraudador, notas e demais documentos da mercadoria, e tudo mais que puder demonstrar que o crime ocorreu.
É importante destacar que é possível transformar todo esse material em documentos legais. Isso é feito por meio de uma ata notarial emitida pelo cartório e ajuda a verificação das autoridades sobre a veracidade das informações. E essa verificação facilita o uso dos dados como provas legítimas do golpe em uma ação judicial.
Para reforçar: fique alerta! Atenção e precaução são as chaves para não cair nas armadilhas dos criminosos. Além disso, informação também é crucial. É importante manter-se sempre em dia a respeito do funcionamento dos canais de venda com os quais trabalha — acompanhe nosso blog e aproveite diversos conteúdos sobre o Mercado Livre e outras pautas relevantes para quem atua no varejo online.