Hibridismo é a junção de duas ou mais coisas diferentes e podemos encontrar esse termo em diferentes áreas de estudo.
Na língua portuguesa, hibridismo é quando uma palavra é formada por dois ou mais termos de outros idiomas, como bicicleta: bi (latim) + ciclo (grego) + eta (-ette, francês).
Na biologia, o ser híbrido é um filhote de dois animais de espécies ou categorias taxonômicas diferentes, como a mula que é resultado do cruzamento de uma égua com o jumento.
No varejo, hibridismo é a junção de atividades online com espaços físicos. A prática mais comum é quando o cliente compra na loja virtual e retira o pedido na loja física, mas há outros exemplos, como a opção de devolver uma compra online em um espaço físico, ou experimentar os produtos em um ponto de venda para comprar online e receber em casa.
O varejo híbrido já era realidade antes mesmo da pandemia de coronavírus. Em 2019, 67% dos brasileiros já usaram a opção de comprar online e retirar na loja, segundo pesquisa do Connected Shoppers Report.
Com o crescimento acelerado das vendas online em 2020 e a adaptação dos consumidores ao digital, a tendência do hibridismo se intensificou e a previsão é que a fusão entre o físico e online continue no pós-pandemia.
Em março de 2020, quando a pandemia começou a impactar o Brasil, lojas físicas de diferentes portes se depararam com o desafio de oferecer novas modalidades de venda para driblar a crise e atender a necessidade de distanciamento social.
Um exemplo foi que grandes marcas com lojas físicas localizadas em shoppings, mesmo com loja virtual, começaram a vender também via whatsapp e combinar a retirada por drive thru para minimizar o contato físico e garantir a comodidade para o consumidor.
Em 2021, em pesquisa feita pela Social Miner e a Opinion Box, 52% das pessoas entrevistadas afirmaram que pretendem aderir ao modelo de varejo híbrido mesmo após a pandemia. Por isso, quem trabalha com loja online deve estar sempre atento às novas soluções e oportunidades do mercado para ampliar a possibilidade de vendas e satisfação dos clientes. Já quem trabalha com vendas em loja física, também precisa se adaptar às novas formas de consumo integradas com o ambiente digital.
Os consumidores não são mais exclusivos de um canal, mas utilizam vários ao mesmo tempo: e-commerce, marketplaces, mídias sociais, Whatsapp e lojas físicas. São clientes que esperam que as empresas ofereçam uma experiência integrada entre esses diferentes meios, sejam eles on ou offline, além de serem propensos a comprarem mais.
Uma pesquisa feita pela Harvard Business Review mostrou que o cliente multicanal gasta, em média, 4% a mais em lojas físicas e 10% a mais quando compra online, em comparação aos consumidores que compravam apenas por um canal.
Há diferentes maneiras de integração entre varejo online e físico com os modelos de pontos de retirada, como o pick up store, pick up point e locker.
Todos os pontos de retirada buscam baratear os custos de frete, tanto para o cliente final como para o vendedor. Além de oferecer mais agilidade e comodidade ao consumidor que pode se programar para buscar a compra e ter seu pedido com mais rapidez.
O modelo pick up store, termo que podemos traduzir livremente como "pegar na loja", é o modelo tradicional de hibridismo em que o cliente compra no site ou app e retira o pedido na loja física.
Nesse método, os lojistas precisam se atentar à gestão do estoque. Caso o estoque do e-commerce seja separado da loja física, é preciso cuidar para que o pedido seja montado com o estoque do e-commerce e não da loja física, ou então, o estoque pode ser integrado para evitar falhar ou prolongar o prazo da entrega.
Pick up point (“ponto de encontro”, na tradução livre) é para os vendedores que vendem totalmente online e não possuem um estabelecimento, mas desejam disponibilizar a alternativa de retirada para seus clientes.
No pick up point os sellers podem fazer parcerias com lojas físicas para deixar os pacotes para aos consumidores que desejarem retirar presencialmente, que é o caso do programa Click & Collect para quem vende na Americanas.com, Shoptime e Submarino que falaremos a seguir, também há no Mercado Livre a opção dos vendedores combinar a entrega com o cliente em algum ponto da cidade.
O modelo de Locker são armários em locais públicos. A empresa deixa o pacote no Locker e o cliente recebe a chave ou senha de acesso para retirar sozinho.
A prática do Locker é mais comum nos Estados Unidos, mas no Brasil já é possível encontrar algumas empresas que estão implementando aos poucos, como a rede de farmácias Panvel.
Quem tem empresa com loja física e e-commerce próprio já pode estar habituado a modalidade de compra online e retirada na loja, mas e quem vende em marketplace também pode aproveitar os benefícios da fusão do varejo físico e online? A resposta é sim!
Alguns dos grandes marketplaces oferecem soluções para os vendedores se destacarem com o hibridismo no mercado e diversificar as opções de frete. A seguir estão alguns exemplos.
Vários marketplaces permitem que o vendedor disponibilize alguma opção de retirada em pontos físicos como lojas oficiais ou parceiras e outros pontos físicos, como o Mercado Livre, que permite que o vendedor possa combinar um ponto de encontro com o cliente ou até mesmo retirada em uma loja.
Americanas.com, Shoptime e Submarino, marketplaces do grupo Americanas Marketplace (antiga B2w), já oferecem há muito tempo a opção de retirada nas respectivas lojas físicas das marcas dos produtos próprios, mas também disponibilizam essa opção para os vendedores através do programa Click & Collect, que permite disponibilizar os produtos para retirada nas lojas parceiras e também que os vendedores transformem suas lojas em pontos de retirada.
É uma maneira de ampliar as possibilidades de venda para os vendedores e também permitir que os parceiros aumentem o fluxo de visitas da loja física ao se tornarem ponto de retirada de produtos.
O programa funciona da seguinte maneira:
Para se tornar um ponto de retirada de produtos, o vendedor não paga nada, o é custo zero. O Click & Collect tem o intuito de levar mais conveniência aos clientes, tornando a loja física dos parceiros em um ponto de retirada oficial da Americanas, Submarino e Shoptime.
As mercadorias dessa modalidade têm o tamanho máximo de 0,90 (noventa) centímetros e a soma não ultrapassa de 2,10 m² (dois metros e dez centímetros), com peso até 20kg (vinte quilos).
A Casas Bahia é uma marca conhecida e querida pelos brasileiros com franquias pelo Brasil todo e também é um marketplace que abre portas para muitos vendedores. Nesse caso, a integração do varejo online e físico acontece pela divulgação dos vendedores das lojas físicas.
A campanha “Me chama no Zap” da Casas Bahia incentiva o cliente final a entrar em contato com os vendedores que, geralmente, é um atendente de uma loja física próxima ao consumidor. O atendente oferece tantos os itens da própria loja física da Casas Bahia, mas também pode divulgar os produtos vendidos no marketplace por diferentes vendedores.
Guide Shop é um espaço físico, como uma loja, em que o cliente pode ver, tocar e experimentar os produtos, mas a compra é realizada no site ou aplicativo da marca e entregue na casa do cliente.
A MadeiraMadeira, marketplace de itens para casa, desde 2019 está inaugurando Guide Shops pelo Brasil em que o cliente pode presencialmente conferir alguns móveis e realizar a compra online na loja.